André Di Bernardi, Emília Mendes, Renato Negrão | ABC: Poetas BHZ
André Di Bernardi
André começou a escrever a partir do momento em que teve a primeira noção do que podia ser a beleza. Para ele, “a poesia não aconteceu na minha vida, ela sempre esteve. Lembro do primeiro livro de poesia que comprei, uma coletânea do poeta Mario Quintana. A força do mistério daquelas palavras simples abriu uma série de portas dentro de mim”. André afirma que continua a escrever para que aquela primeira noção de beleza não se perca. Para ele, “não existem motivos para se escrever um poema. Ele acontece ou não. Todos os dias, ligo minhas antenas e rezo para o milagre acontecer. Hoje, mais do que nunca, é preciso continuar a ter esperança na força da arte, e é preciso escrever, principalmente poesia, como forma de resistência contra a barbárie que se instaurou entre nós, de forma sórdida e sorrateira. Escrevo porque ainda acredito que uma ária de Bach é mais forte do que mil fascistas”.
Influências literárias. Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Katherine Mansfield, Thiago de Mello, Manoel de Barros, Guimarães Rosa, Hilda Hilst, Mário Quintana, Adélia Prado, Paulo Leminski, Herman Hesse, Mia Couto, Valter Hugo Mãe, Herberto Helder, Fernando Pessoa, Charles Baudelaire, Eucanaã Ferraz, Matilde Campilho, Nicanor Parra, John Cheever, José Saramago, Charles Bukowski, Wislawa Szymborska (a poesia da polonesa é qualquer coisa de sensacional), Gabriel Garcia Marques, Antonio Tabucchi, Alessandro Baricco, Sándor Márai, Gonçalo M. Tavares, Fiódor Dostoiévsky (que só consegui ler recentemente), e muitos outros.
Processo de criação. “Vai pelo lado do não-processo, por mais estranho que isso possa parecer. Trata-se de um exercício contínuo de pura observação, de atenção plena, a tudo que acontece ao redor. Cada detalhe importa. Não sigo regras, mas um tanto de disciplina é fundamental. Procuro escrever diariamente. O poema, quando bate na porta, exige do poeta desvelo e competência. É preciso, digamos, estar em forma para combater, para esse brincar, para essa linda luta de espadas que acontece entre as palavras e o poeta. O meu processo de criação passa também pela leitura sistemática (Clarice é fonte inesgotável de inspiração), pela minha paixão pelo cinema, pela dança, pelas artes plásticas e por uma profunda paixão pela música.”
A cor imoral
Dentro de tudo é vermelho.
Das ideias, dos cães e das rosas.
O que se esconde por trás das neblinas
tende para vermelho.
A cor mais feia não existe.
Até o amarelo, até o lilás.
Até o breu e o branco, que se diz neutro,
como neutra não é a bandeira suíça.
A face adolescente diante do amor,
a alma dos índios americanos,
os morangos, as beterrabas, os tomates
tornam-se rubescentes, quando maduros.
O rubi-cingalês, o rubi-ocidental.
São também vermelhos os rubis.
Protegem os cânticos da infância
anjos que falam a língua dos carmins.
Por que são sempre vermelhas as saias
das rainhas de sabá?
Porque é colorida de cinabres
a funda alegria dos incêndios.
Esfinge sem máculas,
longe de ser uma ofensa,
é um acinte o exemplo das rosas,
por mais que digam labéu, ou infâmia.
São vermelhas as cores desiguais,
coadjuvantes mas necessárias,
que evoluem aos trancos
para renascerem cultas, insolentes,
petulantes como o rubro
da pele dos antúrios.
Poema solitário
Sim, nobre senhor, sim, bela leitora
dos olhos não menos profundos,
castanhos da cor de todo mistério.
Sim, eu sempre soube que,
mais dia, menos dia,
ela chegaria.
Inevitável, esse surgimento,
nessa altura do campeonato.
Sim, eis que ela veio, sorrateira,
ela que sempre esteve,
certa, errada, astuta que só a lua,
clara como o sol do dia,
semente que era e estava,
como árvore insciente de ser ipê,
ou áspera flor, se vista de um certo ângulo.
Inevitável, essa presença,
inexorável e infalível
como o passar do tempo, ela chegou
com a anuência das quatro estações
e dos sete mares completos.
Sim, eu sabia, todos sabiam
que ela viria,
alta como a estrela,
estranha e fatal
como toda poesia.
Esperando Godot: uma tragicomédia em dois atos
acto I: o amarelo, o fúcsia, os azuis e os vermelhos
Passa pelas minhas questões
mal resolvidas com o amarelo.
Passa pela minha inépcia e completa inaptidão
diante das demandas do fúcsia, dos azuis
e dos vermelhos gradativos.
Desfaleço quando começam os acordes de qualquer orquestra.
Ganho tudo que olho
mas desconfio ser ilusória essa idéia de pertencimentos.
Sei, quero crer que o castanho real dos teus olhos
discordam da dinâmica dos amores provisórios.
Meu coração ainda não aprendeu e não suporta
o duro aprendizado do desapego.
Não, minhas mãos, meus olhos ainda te querem perto,
guardo, cabem em mim todas as dádivas
e delas não me despeço assim tão fácil.
Ontem soltei um pássaro
de olhos castanhos.
Será que os anjos, será que os deuses
realmente entendem as muitas linguagens do afeto,
será mesmo que vem deles esse tanto de sinais
que o amor deixa quando nos visita,
esses indícios que tanto atormentam os namorados?
acto II: a espera
(De sol a sóis,
chega a ser estúpida e arrogante
a lucidez deselegante
dos girassóis.
Sei que sangra o coração,
certos cortes cicatrizam rápido,
outros não).
Passa pela noção
da largura da minha noite
que adentro.
Tem a extensão dos oceanos o azul-marinho.
O amarelo reúne água e música.
Do bonina, dos lilases chega a exaltação das coisas que levitam,
o amor intermitente, os pássaros que se foram,
as primaveras estendidas,
mas não tem tamanho o desprezo das rosas sazonais.
Nos dias difíceis recorro ao arco-íris
que nem sempre surge depois das tempestades.
Mini biografia
Nasceu em Belo Horizonte. Tem uma filha, Clarice. Poeta e jornalista, publicou: A hora extrema (1994), vencedor do Prêmio Álvares de Azevedo, da Academia Mineira de Letras; Água cor (1997); Longes pertos e algumas árvores (2002); É quase noite no coração daquelas águas, Editora Confraria do Vento (2009); O ar necessário, Editora Jaguatirica (2014); e o infanto-juvenil, Esse bicho sou eu, Editora Jaguatirica (2015). Participou das antologias Amar, verbo atemporal – 100 poemas de amor, Editora Rocco (2013), e Pelada Poética, Editora Scriptum (2014). Tem poemas publicados em sites literários e no Suplemento Literário de Minas Gerais.
Emília Mendes
Emília conta que começou a gostar de escrever desde bem nova. Tinha tanta vontade de aprender, que aos 5 anos fez uma prima lhe ensinar, foi alfabetizada por ela. Na escola, diz que a professora de português não permitia que as crianças escrevessem ficções. “Nunca entendi de onde ela tirou essa proibição”. Como morava com a família em uma fazenda e não saía nunca de lá, inventava férias no Reino das Águas Claras e em outros lugares imaginários, “mas a tal professora não aceitava minhas histórias, dizia que era mentira… foi um fato tão inquietante, que acabei fazendo uma tese de doutorado sobre o conceito de ficção”. Até o início da juventude, Emília ficou entre a prosa e a poesia, mas esta última acabou vencendo. Para ela, “escrever é uma forma de me manter viva, de me conectar com o mundo e comigo mesma. A palavra tem significado central na minha vida. As formas de criar, os modos de argumentar, as astúcias engenhosas das ficções, as sonoridades e outros recursos das muitas linguagens são fascinantes. Palavra é vida”.
As influências literárias são muitas e diversas: Machado de Assis – sobretudo o de Dom Casmurro e Memórias Póstumas – pelo jogo genial e irônico que “finge” romper a barreira com o leitor, criando tantas camadas de polifonia. O fingidor maior, Fernando Pessoa, por destruir essa figura do autor uno, por criar personagens de si, mas sobretudo Álvaro de Campos pela acidez. “Gosto muito desse jogo com identidades e de simulações de realidades que Machado e Pessoa empreendem. Como diria Bandeira, eles fazem o leitor satisfeito de si dar no desespero! É sempre bom pregar uma peça num leitor desprevenido. Li muito Clarice Lispector, tenho uma profunda admiração, mas não tenho a dicção tão linda e poética dela, sou mais pra Hilda Hilst mesmo. Por ter alguns romancistas como influência, minha escrita tem um tom da prosa também. Vários outros escritores me influenciaram: Balzac, Baudelaire, Rimbaud, Mallarmé, Allan Poe, Walt Whitman, Bandeira, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Torquato Neto”. Para além do mundo literário, Emília diz que “Caetano Veloso e Chico Buarque foram muito impactantes para mim. Tinham uma linguagem mais moderna do que os clássicos que costumava ler, embora se valessem muito do cânone. Quando ouvi “metrô linha 743”, do Raul Seixas, nos anos 1980, tive certeza de que era uma poesia mais falada e mais musical a que buscaria fazer. Os poetas do samba também me inspiraram muito, bem como o rap, que considero mais uma forma poética do que musical, bem na tradição dos trovadores”.
Processo de criação. “Escrevo poemas a partir do som, a ideia sugere um tom e sigo aquela melodia das palavras. Não é no sentido de criar uma letra de música ou a música no sentido da composição melódica para instrumentos/voz, mas de perceber o som das palavras e ligá-los a outras palavras-sons. Antes de mais nada, o significante é uma sequência sonora, é o esqueleto que sustenta os sentidos, então parto dessa abstração para então pensar na construção temática e na construção semântica do que vou escrever. Gosto também de desafios, tipo os métodos do OuLiPo [Nota: segundo a Wikipedia, Ouvroir de Littérature Potentielle, Oficina de Literatura Potencial é uma corrente literária formada por escritores e matemáticos que propõe a libertação da literatura, aparentemente de maneira paradoxal, através de constrangimentos literários. Surgida na França no ano de 1960, seus principais autores são Raymond Queneau, François Le Lionnais, Italo Calvino e Georges Perec. Seus autores procuram propor regras para suas produções literárias tais como escrever um romance inteiro utilizando uma só vogal (Les revenentes, de Georges Perec), utilizando ao máximo a linguagem oral (Zazie no Metrô, de Raymond Queneau), entre outras restrições.], mas sempre crio o que quer que seja pensando no som. Minha escrita é profundamente influenciada pelo discurso acadêmico. A citação é recorrente nos meus poemas. Minha formação é em Estudos Linguísticos, mas sempre estive próxima dos Estudos Literários, vivo nesse entremeio desde sempre. Não raro, o tema de poema vem de textos teóricos que leio, de debates acerca de questões sociais e políticas discutidas no âmbito da universidade. Considero o Roland Barthes um gênio dessa articulação, bem como de uma construção poética da escrita. Ele é uma grande influência. Em suma, meu método é intuição fonética e diálogo com outras obras ou temas que perpassam minha vida nessa terra de ninguém”.
PANDEMIA PANDEMÔNICA
poema contágio em três atos
†SER††
Eu, brasileira, confesso:
Meu medo da morte,
Minha falta de sorte.
Eu, brasileira, detesto:
O álcool que tudo desbota,
A sensibilidade que embota.
Eu, brasileira, protesto:
Contra o desleixo genocida,
Contra vida desvanecida.
††TER†
No início tínhamos o verbo e o verbo morreu.
Temos destroços de palavras,
Temos frangalhos de humanidade,
Temos a barbárie instaurada em rede nacional.
Temos ainda 15 minutos, 15 dias ou 15 anos?
Temos ainda a possibilidade da ciência?
Temos ainda casa e comida?
Temos ainda compaixão?
Temos ainda amor?
Temos ainda dor?
Todo dia, tudo é anormal.
Todo dia, tudo é uma falsa rotina.
Todo dia, tudo é resiliência.
Todo dia, tudo é sobrevivência.
Todo dia, tudo é peste vs. resistência.
†††ESTAR
† Ø † Pandora Pandêmica. † 2 † Prognósticos: piores possíveis. † 4 † Pachorra presidencial. † 8 † Pessoas: porvir porcentagem. † 16 † Pacientes: purgam-se.
† 32 † Padecer premeditado: pobres. † 64 † Penar para pretos. † 128 † Parvos proclamam-se professores. † 256 † Pérfidos patriotas. † 512 † Peste protela pesquisa. † 1.024 † Pifiamente, placidamente. † 2.048 † País = Poder X Pessoas. † 4.096 † Piedade procrastinada. † 8.192 † Passamentos prematuros, privações. † 16.384 † Periferia & Paupéria. † 32.768 † Potência, propagação, paranoia.
† 65.536 † Psicopatia prevalecente. † 131.072 † Pressente-se: pavorosos presságios. † 262.144 † Postergar o presente. † 524.288 † Parir planos posteriores. † 1.048.576 † Projetos perecidos. † 2.097.152 † Pontos: pensamentos pendentes. † 4.194.304 † Perdas, perdas, perdas, perdas…† 8.388.608 † Penúria: pesar pungente. † 16.777.216 † Pululam penares. † 33.554.432 † Paulatinamente: perda & penitência. † 67.108.864 † Portamo-nos: pávidos, petrificados. † 134.217.728 † Pesam pesares. † 268.435.456 † Peremptório: prantear postumamente. † ∞ †. Penhor Pátrio [Ad infinitum.].
Mini biografia
Poeta, praticante amadora de fotografia da natureza, aprendiz de desenho e aquarela, professora do curso de Edição da Fale/UFMG. Participou da comissão editorial da coleção Poesia Orbital (1997), e publicou aí Cantigas de amores a ilustres senhores. Atuou nos jornais Inferno e Dez faces. Membro do recitativo de poesia Los borrachos, que desenvolve a “bricolagem poético-musical”, técnica que aglutina fragmentos de música e poesia, transformando-os num novo texto. Além de seu próprio Cd Dor, amor e humor, o grupo também participou do Cd Cacograma. Participou da antologia Entrelinhas, entremontes: versos contemporâneos mineiros (Quixote + Do, 2020) e da e-plaquete 2022: poemas e mais (Cem Flores, 2020). Atualmente, faz experimentações de vídeo-poesia no canal PIM (Poesia & Imagem & Música), com Clôde Franco e outras boas parcerias. Instagram: @emiliamendes63 e Youtube.
Renato Negrão
Começou a escrever como atividade criativa na adolescência, quando compôs letras para as canções da banda de rock Os Poucos, nos anos 1980. Dez anos depois, montou o coletivo de poesia Dragões do Paraíso. Em 1996, lançou seu primeiro livro de poemas, No calo. O ato de escrever, para ele, “está ligado a pulsações de vida. Quando escrevo, me sinto ativado, estimulado e alegre, como num jogo. E, talvez por isso, disponível para oferecer aleatoriamente algo ao mundo, sem maiores pretensões”.
Influências. “Difícil sintetizar, até porque é um processo movente. No Brasil, as influências se deram mais pela música popular brasileira, a partir da Tropicália. Depois, os sambistas do início do século XX e compositores da Vanguarda Paulista. Quando adolescente, abri um mapa-múndi e procurei ler os principais poetas de todos os continentes, e de muitos países. Com esse método, li muita coisa, mas muitas coisas também ficaram para trás. Foi divertido e necessário. A coleção Cantadas Literárias, da Brasiliense, e os livros de teoria literária e de linguística da Cultrix, foram leituras importantes. Um poeta que gosto e que reli muito em 2020 foi o mineiro Jarbas Medeiros.”
Processo de criação. “Passo longos períodos sem criar quase nada e outros em que descanso executando outros processos, passo da escrita para a fotografia, para a performance, para a letra de canção, quase sempre tendo a palavra como eixo. Se no imaginário comum o espaço de trabalho de um escritor é uma mesa em uma biblioteca, no meu caso ele mais se parece com um ateliê, além de ter a rua também como um importante laboratório. Trabalho com apropriações vindas de diversos lugares. Durante a pandemia, escrevi bastante à mão. Gosto de gravar áudios e depois transcrevê-los”.
Panelaço
manifestação
coletiva e ruidosa
de protesto de
natureza
política ou social
em que se percutem
utensílios de metal
panelinha
conluio
para fins pouco sérios
grupo de políticos que
no poder
procuram obter
vantagens
individuais
grupo literário
muito fechado e unido
e dado
ao elogio recíproco
súscia
conluio
Felino
é macho
e é bicha
e gosta de mulher
que é mulher
e é macho
e adora homem
que é homem
e é bicha
e odeia homem
que é macho
e é homem
e não gosta de mulher
que é homem
e é homem
e gosta de menino
que é menino
e é adulto
e gosta de adulto
que é menino
e é menino
e gosta de mulher
que é mulher
e é mulher
e gosta travesti
que é homem
e é mulher
e gosta de homem
que é homem
e é homem
e gosta travesti
que é homem
e é menina
e gosta de menino
que é menina
e é menino
e gosta de felino
Chocar o galinha
o amigo
o turista
chocar o polícia
o mamãe
o ladrão
chocar o eletricista
chocar o zezinho
é a coisa mais fácil que há
o crítico choca a si próprio
chocar o ídolo
é preciso
já ao artista
chocar
não é preciso
Mini biografia
Nasceu e reside em Belo Horizonte. É artista da palavra e da imagem, com licenciatura em artes plásticas pela Escola Guignard/UEMG. Autor de seis livros de poesia, entre eles, Vicente Viciado (2012), do qual extraiu os poemas publicados nesta edição de ABC: Poetas BHZ. Atua com linguagens e suportes variados, do livro à performance, da letra de canção à fotografia. Investiga as relações entre palavra, imagem e som, e pesquisa o viés pedagógico da criação artística. Contemplado com o prêmio Itaú Rumos Educação, Cultura e Arte 2008/2010. Integra a antologia Retendre la corde vocale anthologie de la poésie brésilienne vivante – Ed Maison de la poésie Rhône-Alpes (2016). Alguns de seus trabalhos podem ser vistos em Renato Negrão .org
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Paulo Vilara
Graduado em História, jornalista, autor dos livros Manhãs com pássaros – Exercícios de síntese (2015); Jazz! Interpretações – Pequenas histórias de fúria, dor e alegria (2011); Palavras Musicais – entrevistas (2006); Congresso Internacional da Bicharada (1996). Tem textos publicados nos livros Os filmes que sonhamos (2011); Histórias da Rua da Bahia e da Cantina do Lucas (2002); Presença do CEC – 50 anos de cinema em Belo Horizonte (2001) Cinema em palavras (1995). Dirigiu documentários: Mil sons geniais (2004) ; Guignard - A educação do olhar (1996); Cataguases - Um olhar na modernidade brasileira (1988); Dona Izabel - A magia da criação (1985); Carlos Chagas. O passado presente (1981). Ver mais Bibliografia Paulo Vilara. Foto: Pedro Kirilos.