Adriana Versiani dos Anjos, João Diniz, Regis Gonçalves | ABC: Poetas BHZ
Em sua quarta edição, a coluna ABC: Poetas BHZ apresenta três poemas de Adriana Versiani dos Anjos, um de João Diniz e outros três de Regis Gonçalves, dos quais “Piedade, ó serra” e “Sertão, sertões” são inéditos. Adriana afirma que seu processo de criação é caótico; João considera que poesia é atenção; e Regis se deixa levar pela observação e pela imaginação para escrever poemas.
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Adriana Versiani dos Anjos
Adriana começou a escrever pouco tempo depois de sua alfabetização. Diz que se interessou por literatura desde que seu pai, “um magnífico contador de histórias”, a fazia dormir ao som de suas narrativas. Ela conta: “Com 8 anos escrevi um poeminha sobre coisas da natureza e minha professora disse que eu tinha jeito. Acreditei nela e senti que aquela atividade ajudava a me comunicar e ainda me dava prazer”. Já na adolescência, fase de dúvidas e tormentos, a escrita passou a ser necessidade. Hoje, entre tormentos, dúvidas, necessidade e prazer, continua a escrever. “A vida me leva para isso. Mesmo quando trabalho com produção de objetos, o texto está presente. Quando este impulso acabar, vou continuar existindo de outro jeito. Já entendi que em cada etapa da vida somos uma pessoa diferente. Tudo que faço tem uma narrativa dentro. As narrativas de fora interferem nas narrativas de dentro”.
Sobre influências literárias, Adriana diz que tudo o que lê, vê e ouve a motivam a criar. “As coisas que me contam, que observo, as pessoas com quem converso e convivo, tudo me alimenta. Todas as pessoas, o movimento delas, me influenciam. A existência, e tudo o que ela traz, é a minha grande fonte de inspiração. E o meu processo de criação se dá enquanto a vida vai acontecendo. Olhando de fora, me parece bastante caótico. Tem sido assim”.
Compulsão
Mastigou duas ou três folhinhas logo que acordou e escreveu:
Escreveu as trincas das xícaras.
Escreveu as tábuas corridas estufadas pelo tempo (tanta chuva, tanto sol).
Escreveu as histórias que lhe contaram os bons fantasmas, para sempre bebendo vinho na varanda.
Com eles anotou o movimento das constelações e desejou a dor profunda que o reconduziria ao amor perdido no século retrasado.
Escreveu esse amor, a carne inexistente, a dureza dos seus ossos.
No quintal, escreveu o sabor doce do coração do cordeiro. Escreveu isso com o pedaço de carvão que lhe entregaram os piratas ingleses.
Rolou em êxtase pelo jardim de maçãs, desprovido de vestes, sentindo o hálito do vento, massageando-se nas sílabas.
Escreveu isso na alma de vidro com a ponta do diamante.
Fez um círculo de fogo na clareira daquele bosque.
Escreveu a fome que viu na cidade secreta e o beija-flor agonizando no vaso do jardim.
Pobre beija-flor!
Acordou com um gosto de menta na boca e escreveu.
Tudo mentira.
Código
perdoe-me por não saber amar em outra língua.
estes versos, que me atravessam como uma rua acidentada, não os explico.
perdoe-me por não saber cantar em outra língua.
estes versos, que me iluminam como as pedras que faltam na rua acidentada, não os traduzo.
perdoe-me por não saber beijar em outra língua.
estes versos que se soltam e me encharcam.
Anaïs
Era violentamente acariciada
Ali mesmo, de pé, tudo vertigem e ópio.
Ondas de dor e prazer
Sentimentos de morte a atravessavam.
As sílabas se prolongando e a cada movimento,
do céu da boca até os dentes,
os lábios se mexiam bem devagar.
A língua dele lambendo suas palavras,
Ali mesmo, de pé, foi possuída pelo abismo.
Mini biografia
Natural de Ouro Preto (MG). É poeta, com vários livros publicados, entre eles: A Física dos Beatles (2005), Conto dos dias (2007), Livro de papel (2009), A lâmina que matou meu pai (2012), Diário de A (2013), Três pedras (2014), Arqueologia da calçada/Farmacopeuma (2018) e Um bicho, dois gravetos, quatro pingos (2020). Integrou o Grupo Dazibao, de Divinópolis/Belo Horizonte. Foi co-organizadora da coleção Poesia Orbital e do jornal Inferno. Fez parte do conselho editorial da revista de literatura Ato. Foi editora do jornal Dezfaces.
João Diniz
João escreve desde os tempos de colégio, onde havia um ensino interessante de literatura com ênfase em poesia. Autores como Drummond, Vinicius, Pessoa costumavam frequentar nossas aulas. Depois, descobriu Bandeira, Cabral, Hilda, Clarisse, Ana Cristina, a geração mimeógrafo, os marginais. Através da música e do estudo das línguas inglesa e espanhola conheceu Neruda, Borges, Nicanor, Whitman, a beat generation, Dylan, Cohen, Mitchel, Lennon e outros. Esses interesses sonoros foram também compartilhados com os poetas-letristas brasileiros, como Brant, Borges, Bastos, Antunes, Pinheiro. João diz que “essa visão da poesia ligada ao ritmo e ao som, e também às imagens das artes visuais e do cinema, me sugeriram uma possibilidade interdisciplinar do texto. Ao frequentar a Escola de Arquitetura da UFMG, essas percepções se expandiram, pois aí passei a considerar a leitura e dimensão poética dos lugares construídos e das cidades. ”
Para ele, a escrita, principalmente através da poesia, é exercício de liberdade, percepção e síntese. A partir dos estudos e atuação em diferentes áreas passou a cultivar o cruzamento de ações autorais, “onde a arquitetura pode ser considerada a poesia do espaço e a poesia pode ser a arquitetura da palavra”. Paralelamente, nessa perspectiva intermidiática, em seus estudos e experiências incluiu ações nas áreas de fotografia, vídeo, artes visuais e música. Segundo ele, “essas são todas realizações através de uma ‘arquitetura expandida’, ou ‘transArquitetura’ que é uma (in)disciplina que criei e levo aos estudantes e interessados. Em suma, vejo a escrita como a semente primeira de todas as ideias, uma vez que o texto pode ser considerado como a linguagem que mais se aproxima de uma possível oralidade do pensamento. ”
Para ele, as artes plásticas também podem influenciar o fazer literário por meio da poesia visual, dos livros de artista e de poemobjetos. “Estou preparando um livro e uma exposição que se chama ‘Poematéria: poesia além da página’, que aborda através de uma atitude autoral todo esse cruzamento de influências. Aí se somam a poesia de Mallarmé, das Pop e OP arts, dos concretistas de SP, de Brossa e outros, além das visualidades da comunicação visual, da fotografia urbana, das caligrafias orientais, das tipografias e outras artes gráficas. “
Sobre processo de criação, diz que esse diálogo entre linguagens acontece espontaneamente quando está criando algo, como, por exemplo, no poema ‘Astrolábio’, onde palavra, imagens e sons foram coletados simultaneamente na cidade de Salvador, em 2017, o que gerou o poema/filme de 10 minutos que pode ser visto no link ( clique aqui).
Ou como na instalação multissensorial ‘Cuboesia’, construída em BH em 2019, que João Diniz fez com a arquiteta Bel Diniz, na qual um cubo de 4 metros pode ser vivenciado como um poema penetrável e cada uma das 6 faces é uma estrofe acompanhada de uma trilha de sons ambientais e a fala do texto pelos autores.
Ou a série dos ‘Decifráveis’, “que comecei a fazer durante a pandemia, que são pinturas, ou poesias visuais, que surgem como uma espécie de hieróglifo contemporâneo a ser decifrado pelo espectador”. Ou ainda os ‘Poemobjetos manipuláveis’, peças que se prestam ao uso em performances cênicas ou à descoberta e manuseio por parte dos leitores. Segundo João, “isso não impede que surjam textos de ‘poesia pura’ como os que estão nos meus livros Abaco (2011) e Livro das Linhas (2020). Ou mesmo como as frases curtas do livro Aforismos Experimentais (2014) que são instantâneos colhidos no dia a dia e anotados imediatamente no smartphone para que não se percam. Poesia é atenção. “
Astrolábio
1.
revolto mar
envolto em ondas
ventos navegações e raças
cruzando continentes
africamérica inventada
no calor e na luz da pele
que pulsa e dança
revolto mar
observado desde o farol
os caminhos do forte
miram o horizonte
caravelas galeões saveiros
balançam na maré vespertina
a luz brinca com o olhar
em sombras que
desenham o futuro
a infinita reta deitada
pulsa e envolve a ilha
alvo distante
perfil geográfico
ginga da linha que
compõe a distância
o litoral resume
o continente
sua borda terrena
de pedra e sal
tempera o sentimento
prevendo contatos
fecundações
e descobertas
2.
uma tarde vaporosa embala
os movimentos das peles
vestidas pelo manto solar
sensual e falante voz
que aborda o distraído
olhar estrangeiro
o azul divide com o negro
o sentido humano
que enquadra paisagens
séculos propõem
jogos de poder e sedução
que escrevem a memória
inexistente conto
afogado texto
jogos de choques e carícias
silhueta da imaginação
contraluz dos tempos
indicando identidades
a cidade é o alvo de migrações
crenças correntes tambores
calabouços e palácios
embalados em tensa jornada
de lutas e exportações
absurdo vaidoso
diáspora de sonhos brutos
batalha constante
intemporal
no ritmo da praça
repousa o braço apertado
agitado músculo
libertada melodia
da afirmação
3.
e são construídas as torres
opostas ao horizonte
marcos da fé distante
pois a proximidade
apenas crê em si
e no momento
eclipse da indígena luz
pelas vagas
vieram acorrentadas lágrimas
saudades oceânicas
banzo em velas e mastros
tingindo peles
num pote modificado
e essa mistura
temperou sabores
da constante contradição
labirinto de ladeiras e janelas
lembranças entre paredes
e telhados demolidos
inexistente orgulho em ruínas
o véu de tijolos é frágil
resiste ao sonho de existir
cruzada mercantil
engano de portas seladas
a cortina do tempo tremula
quer revelar a aurora
incerto foco demagogia
no protesto do presente
a palavra é a semente
4.
quando tambores
rompem a tarde
com seu corporal discurso
todas as mágoas se desfazem
na cadência do olhar
está o foco do espírito
pernas e braços decifram
o idioma impresso na brisa
será esse o testamento
onde o ouro e o chicote
indicam o rumo da força
o canto resiste
não se detêm os compassos
que em vertigem
caminham as vielas
rompidas as datas
prossegue o calendário
o inventário se fixa
nas lendas do degredo
na volúpias dos músculos
no humor da melodia
no tempero das línguas
na sedução que paira
cromática a cada poente
os espantalhos do poder
não serão suficientes para
desgraçar a paisagem mutante
a tempestade é passageira
o espelho é transparente
e simultâneo
reflete o olhar
e projeta a ação
além de sua barreira frágil
quebrado o encanto
seguirá real em partes
as múltiplas peças projetarão
o feixe do desejo variado
clarão direto
que oxalá romperá
todas as trevas
Mini biografia
João Diniz é belo-horizontino nascido em Juiz de Fora, arquiteto atuante com seu escritório de projetos, professor universitário e palestrante. Publicou os livros João Diniz Arquiteturas (2002), Depoimento: Circuito Atelier (2007), Steel Life: arquiteturas em aço (2010), Ábaco (2011), Aforismos Experimentais (2014), O Livro das Linhas (2020). Paralelamente, participa de edições, gráficas, CDs e DVDs, coletivas, exposições e apresentações voltadas à arquitetura, fotografia, poesia, vídeo, artes visuais, design e música. É o criador do projeto Pterodata, que se dedica a ações interdisciplinares com outros autores.
Regis Gonçalves
Regis conta seu início como poeta: “A revista literária Leitura – que circulou mensalmente nos anos 1950 e 1960 – mantinha uma seção para orientação aos novos poetas. Não me lembro mais quem era o colunista, mas sempre foi muito generoso com os jovens que lhe encaminhavam poemas. Ele os lia e deixava um comentário sobre cada um. Em todas as edições, escolhia o poema de sua preferência e o destacava, publicando-o. Fui escolhido em uma das edições de 1961. Considero essa a data em que comecei a escrever. Antes foram tentativas, rascunhos, rabiscos”.
Afirma que, como é jornalista, sempre esteve comprometido com a escrita por opção profissional. Para ele, escrever tornou-se uma espécie de compulsão, mas a poesia era um pouco clandestina nesse processo, até que publicou o primeiro livro. “Hoje, saltei da poesia para a prosa, exercendo-a com mais consciência e clareza de espirito. “
Sobre influências literárias, coloca os poetas do modernismo em primeiro lugar. “Descobri João Cabral antes de Drummond, mas ambos ocupam lugar especial na minha formação”.
E o seu processo de criação? “Como poeta, sempre me deixei levar pela observação e pela imaginação. O poema é lançado numa folha de papel, ou no computador, para ser posteriormente burilado, às vezes anos depois. Já a prosa exige mais método e principalmente muita pesquisa. “
Piedade, ó serra
Se um dia você não me quiser mais
Vou subir a pé a Serra da Piedade
Para que tenha piedade de mim.
Tomarei banho de cheiro
Preparado com raminhos do Arrudas.
Mugirei como boi pesado e manso
No cercado da Serra do Curral.
Depois vou chorar minha tristeza
Debaixo daquela Gameleira
Invocando as santas Efigênia
& Teresa, São Gabriel, o arcanjo,
Até que venha em meu socorro
Nossa Senhora do Carmo
E seus anjinhos emprestados
Do retábulo antigo da Boa Viagem.
Se não adiantar tomo veneno, álcool, absinto
Hidroxicloroquina até não poder mais.
Ou num gesto espetacular me atiro
Do décimo segundo andar
Do Edifício Niemeyer
Para deixar meu coração aos pedaços
Espalhados pela Praça.
Pode crer, vou perder as estribeiras,
Fazer muita besteira, talvez até bandalheiras
Se você não me quiser mais.
Poeminha de Natal
No presépio, o boi
a cabra
o jumento.
O deus compartilhando
sua pobreza
e glória
com os animais.
E ensinando que somos
todos bichos
da criação
filhos da natureza.
Sertão, sertões
Sertão, tenho o mapa
Desse escuro planeta na palma
De minha mão direita
Na esquerda a tradução de suas cordas
Violeiras, seus vinhos, seus abruptos, seus cheiros
Sertanejos que arrastam o pó dos ossos
Mandingas, mentiras
Pelas estradas que adentram, suarentos
Os cheiros das motocicletas cantingueiras.
Olhos assestam aranhas caranguejeiras
Sorvem o silêncio de ouvidos, ovários, túneis
Exdrúxulos esqueletos, viveiros de notívagos desejos
O ar, a água, os pastos, currais – o que se chamou vereda
Voou com os cabeças-secas
Peixe seco, rios mortos, regatos descoloridos
Nem ervas mais se semeiam.
Mini biografia
Jornalista, escritor, poeta. Publicou os livros de poemas Queima de Arquivo, Opus Circus e Trama Tato Texto; Raul Belém Machado, O Arquiteto da Cena (biografia), e Retratos Erráticos (perfis). Foi um dos editores de Poesia Livre. Vive em Belo Horizonte.
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Paulo Vilara
Graduado em História, jornalista, autor dos livros Manhãs com pássaros – Exercícios de síntese (2015); Jazz! Interpretações – Pequenas histórias de fúria, dor e alegria (2011); Palavras Musicais – entrevistas (2006); Congresso Internacional da Bicharada (1996). Tem textos publicados nos livros Os filmes que sonhamos (2011); Histórias da Rua da Bahia e da Cantina do Lucas (2002); Presença do CEC – 50 anos de cinema em Belo Horizonte (2001) Cinema em palavras (1995). Dirigiu documentários: Mil sons geniais (2004) ; Guignard - A educação do olhar (1996); Cataguases - Um olhar na modernidade brasileira (1988); Dona Izabel - A magia da criação (1985); Carlos Chagas. O passado presente (1981). Ver mais Bibliografia Paulo Vilara. Foto: Pedro Kirilos.
Precisamos de poesias e poemas: alta-literatura!
Desde então, o Brasil piorou muito. Com o vigarismo da religião cujo nome é Petismo.
Necessitamos muito de bons hospitais. E escolas boas para os curumins.
Precisamos de alta-cultura. Alta literatura; Kafka, Drummond, Dostoievski, Machado de Assis, Aluísio Azevedo do Maranhão. De arte autônoma. E educação verdadeira nas escolas dos pequenos. O que não houve.
O Brasil vive consequência de nosso passado político bem atual (2 décadas).
Fome, falta de moraria, atraso, breguices, escolas ruins, falta de hospitais: concreto…
O resto são frasinhas® poderosas:
Fatos bem recentes na política brasileira. Veja:
A “Copa das Copas®” do PT® em vez de se construir hospitais, construiu-se prédios inúteis! A Copa das Copas®, do PT© e de lula©.
Nada se fez em 13 anos para esse mal brasileiro horroroso. Apenas propagandas e propagandas e publicidade. Frasinhas.
Qual o poder constante da propaganda ininterrupta do PT®?
Apenas um frio slogan, o LUGAR DE FALA do Petismo® (tal qual “Danoninho© Vale por Um Bifinho”/Ou: “Skol®: a Cerveja que desce Redondo”/Ainda: “Fiat® Touro: Brutalmente Lindo”). Apenas signos dessubstancializados. Sem corporeidade.
Aqui a superficialidade do PETISMO®:
Signos descorporificados. Sem substância. Não tem nada a ver com um projeto de Nação. Propaganda:
Nem tudo que é legal é honesto. O PT® nos induz ao engodo com facilidade.
A maior Raposa (mansinha, mansinha) é o lula, do PT.
E aqui na Capital Brasília um total Mula governando a partir de incompetência completa, com todo gosto de baixo nível. O P T venera o mau gosto, principalmente a educação; a Cultura e a “””arte”””. Kitsch e baranguices do PT. O PT venera a Indústria Cultural (Theodor Adorno). O P T é cafona.
Elevar o nível? Não faz parte. Desvirtuado é ser PeTralhista, a favor do breguismo petista, que nivela tudo por baixo, sobretudo a cultura e a educação e a dita “””arte””” do PT (veja o Ministério da (des)cultura atual).
A indústria cultural, portanto, não mede esforços para lançar os indivíduos em estado de indigência estética, isto é, no mais completo empobrecimento da reflexão crítica e da sensibilidade artística. A padronização é o valor decisivo desta proposta cultural. Eis aí o PT. O PT é barango.